domingo, 24 de maio de 2009

Uso

Uso

o ruído, a porta aberta
um chave e na entrada um sapato
uma roupa seu aroma, um retrato
seu perfume, o peito aperta

não gosto de ser usado
Mesmo que seja por paixão
É estranha a sensação
depois de se acabado

uma roupa, um sapato, um perfume
uma chave, um aparelho, uma máquina
o retrato, o ruído, a porta aberta
o aroma, o número, a casaca

o colírio pra livrar olhos vermelhos
o Etílico pra festejar qualquer faceta
O salicílico para dores de cabeça
Luz apagada para olhar no espelho.

Deveras eu fraquejei

Deveras eu fraquejei
bem sei que sou um poeta
quimeras eu inventei
minha vida ficou repleta

Juntei as dores do mundo
o porre do dia a dia
a alegria, a dor, o medo
a rebeldia

o não entender por completo
o perseguir da resposta
a nota tola que aposta
a realização, o incerto

O assalto, o desafeto
o sempre não que contesta
esta resposta atesta
o embrutecimento e o concreto

por isso desfaleci
inventei, absurdei
bati de frente como o “i”
com o “x” da questão.

Não sou mesmo daqui
Agora entendi
Um pouco morri
Por prestar atenção.