domingo, 28 de novembro de 2010

Alegre Correa e convidados - Panorama Sesc SC 2010



















O show de encerramento do Panorama Sesc de Música de Santa Catarina 2010, foi estupendo!
Após uma semanada de muito som, digo, muito em todos os sentidos, na diversidade musical apresentada, bem como na qualidade constatada nos espetáculos.
Para o encerramento do festival nada melhor do que Alegre Correa, ele que ministrou oficina de música durante a semana e dialogou com os músicos e grupos convidados. Diálogo musical, onde os grupos puderam partilhar momentos de criação e execução instrumental, bem como o diálogo acerca de produção musical, postura artística, estratégias para o mercado de trabalho, o futuro do produto cultural (CD/DVD) e o papel das novas mídias no cenário musical na perspectiva do músico como agente de produção individual e coletiva.
Quem esteve no Teatro do Sesc, não se arrependeu. Após uma semana onde a presença do público foi inconstante, quesito que ficou aquém das espectativas no ponto de vista de artistas, produtores e até mesmo na opiniào do público presente. O Panorama reúne trabalhos de alta relevância cultural e musical do Estado como um todo. E reclama maior visibilidade. A classe pede crítica!
Alegre Correa e Guinha Ramires dão um banho de musicalidade, desde as composições até os momentos de improvisação e emoção. O ponto alto de Alegre é sua sensibilidade musical trazida ao palco à flor da pele, sua energia é contagiante, vibrante, de fato, ficamos todos tomados por sua atmosfera musical. Na parceria, Guinha Ramires, apresentado como grande amigo e mestre de estrada, vida e música. Como ele diz, ensaiam muito, constantemente acompanhados de um bom carreteiro. Guinha Ramires esbanja swing, com uma rítmica genial. Perguntado como é possível tocar assim, de uma forma tão peculiar, até mesmo única, ele confessa: - “toquei muito contrabaixo e bateria, isso por muito tempo, depois passei tudo pro violão”. Uma parceria de cerca de 30 anos, diga-se, perfeita.
Alegre surpreende a cada instante, fez, ele e Guinha uma música, ali, na hora, especialmente para Jaraguá do Sul, o publico ficou perplexo, emocionado e óbviamente lisonjeado. É, digo de maneira certeira, uma Ode a Jaraguá do Sul.
Outro convidado super especial foi Mazin Silva, que com sua guitarra eletrizou, mais uma vez o palco do Panorama 2010.
A noite foi muito especial e não termina por aí, pudemos ainda ouvir Marcio Pazin e Carol Pereyr, eu e Tatina que também fomos convidados e de quebra logo convidamos outros dois músicos da cidade, Flávio e Boca. E o desfecho final com a presença no palco de músicos dos grupos, num tema composto e arranjado coletivamente durante a semana.
Fantástico, emocionante, foi de arrepiar o corpo inteiro!

Obrigado Alegre Corrêa, Guinha Ramires, Tatiana Cobbett, Paulo Bekas, Rafael, Pedro, Marcio Pazin, Carol Pereyr, Jane, Pablo, Betina, de novo Flávio e Boca, Mazin Silva e a todos os amigos que estiveram presentes.

SALVAS!!!!

sábado, 27 de novembro de 2010

Mazin Silva e Felipe Coelho

Quisera eu desfrutar de um tempo maior para escrever sobre os dois artistas que se apresentaram na noite de ontem no Panorama Sesc de Música 2010, em Jaraguá do Sul. O primeiro da noite, Mazin Silva numa formação Power Trio, baixo, bateria e guitarra e em seguida Felipe Coelho com o quarteto de cordas Cata Vento.





















O trabalho de Mazin Silva é de um vigor próprio de grandes guitarristas, com uma técnica apuradíssima, Mazin passeia pela divesidade rítmica e instrumental internacional. Navegando entre o samba, bossa, o rock e o regional, sempre aliado a características jazzistas, o Power Trio, formado por ele e os amigos Oscar da Silva no Baixo, sim Baixo com letra maiúscula – o que mais me impressionou em Oscar foi sua sensibilidade, o cara entra a fundo no som, viaja e faz a gente viajar, adorei, especialmente o improviso da primeira música – desconsertante. O outro amigo e parceiro é JP na bateria, uma pegada forte e uma sincronia perfeita com o baixo e a guitarra. Aqui também vale ressaltar outras qualidades inerentes a Mazin Silva: simplicidade, simpatia, levesa, sinceridade – adjetivos típicos de grandes artistas. Parabéns Mazin querido, seu trabalho nos impressionou e emocionou. Obrigado pelo show perfeito! O DVD Lar dos Sonhos está belíssimo, com direito todos os superlativos...eh eh Você faz "o barco virar"! valeu grande!















O segundo show da noite, Cata Vento com Felipe Coelho ao violão, acompanhado pelo quarteto de cordas homônimo ao nome do CD.
Felipe Coelho é um grande talento violonístico, músico com formação no exterior, que, de volta a sua terra natal, parte em busca do devido reconhecimento. Seu trabalho traz uma característica de música de câmera, com arranjos muito bem elaborados por ele mesmo. A formação com o quarteto de cordas formado pelos músicos Elias Vicente e Ricardo Muller, ambos ao violino, Marcos Origuella na viola e Frederico Malverde ao violoncelo perfaz uma orquestração perfeita ao trabalho proposto. A busca insistente de Felipe por novas linguagens musicais, aliando a música erudita ao jazz, ao choro e ao flamenco, o violonista apresenta ao público um rico mosaico de sons e influências. Sua criatividade garante a sua música o sentido e inovação, guarda um sabor contemporâneo extremamente requintado. Ouso dizer, permita-me o leitor, mas agora estou assim, profetizando o que me salta aos olhos, Felipe Coelho é, sem sombra de dúvidas um dos maiores violonistas que despontam na atualidade, com um trabalho coeso e bem direcionado, Felipe , fatalmente, obterá o reconhecimento nacional e internacional. É justo.
Parabéns Felipe Coelho e quarteto, a noite foi, de fato, um espetáculo!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Arnou de Melo e Arreio sem Freio - "the show must go on"

Redigir uma impressão sobre cada grupo que se apresenta no Panorama Sesc de Música SC 2010, não é tarefa fácil. Talvez porque tenhamos que discorrer sobre um mesmo assunto e falando de arte, de música - frente a tanta oferta, corro o risco de ser redundante. Não obstante, sigo este meu exercício de forma persistente e prazerosa.

Na noite de ontem, pudemos assistir dois belos espetáculos: Arnou de Melo seguido pelo grupo Arreio sem Freio.
O que mais me impressionou no primeiro show foi a ambiência da sala, o teatro ficou tomado num alinhamento de freqüências sonoras, a ponto de sermos transbordados a um estado de evasão total. O quarteto sobrou em cena, apresentando várias composições deste craque, Arnou. O ponto alto, indubitavelmente é o talento dos músicos que participam da banda. Rapagi! Imaginando como puderam brotar frutos tão viçosos, dou volta no tempo e encontro resposta: o Festival de Música de Itajaí, comprova sua eficácia, pois possibilitou a troca de experiências, de conhecimento entre renomados artistas e ávidos aprendizes, o legado resulta numa nova safra musical surpreendente.
Parabéns Arnou Melo,(contra baixo) Gói (bateria), Tatu (teclados) e Evandro (metais). (Desculpem-me mencionar apenas os apelidos, mas prometo fazer o tema de casa e adicionar os nomes completos.) Amigos, o trabalho está magnífico, apresentando temas da maior sensibilidade e beleza, com improvissos inspiradíssimos, levantando palmas e ovações da platéia, com uma dinâmica impecável. Tacada de mestre! Dá-le Arnou de Melo, tal qual o aforismo, tu és como o vinho. E que sabor!


O segundo show da noite foi do Arreio sem Freio. Que apresentou, ouso profetizar, a nova música catarinense. A contemporaneidade do grupo apresenta a diversidade musical da América Latina como um todo, a começar por sua formação. Paulo Gekas e Andrey da Silva juntaram-se a los hermanos sul americanos Ernesto Quiroga e Eduardo Ferraro, todos residentes em Florianópolis, autores que trouxeram elementos da cultura Andina e Ketchua com flautas e Marimba. A sonoridade diferenciada, aliada a riqueza rítmica nos remetem aos experimentalismos juvenis. ouvir o Arreio sem Freio causa surpresa, ta aí: - os caras inventaram uma música nova. Do baião à Chacarera com elementos de inovação sonora, rítmica e melódica, num belo resultado estético.
Ao Arreio sem Freio, Salvas e que sigam desenfreados pelos palcos do mundo.
"América Latina, latino America de sangue e suor”

E hoje tem mais...acabamos de sair da oficina do Alegre Correa, estava maravilhosa, o resultado uma canção lindíssima, já está gravada. Eh eh
Ah, ontem, de novo a madrugada rendeu canções e poesias até o dia despontar.
É o Panorama.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Orquestra do Conservatório de Música Popular de Itajaí


Mas a cousa tá ficando boa por demais!
O Show da Orquestra do Conservatório de Música Popular de Itajaí, ontem no Panorama Sesc Jaraguá 2010, foi de estremecer. Com balanço e naipes dignos de grandes orquestras e um repertório que mescla músicas do grupo e outras pérolas da música popular brasileira.
A vibração transcendeu os quatro cantos do palco, que diga-se, quase que ficou pequeno. Não me detive a contar quantos elementos, não deu tempo de fazer contas, por outro lado, sobrou tempo de prazer aos ouvintes presentes, momentos belíssimos! O destaque vai para os tantos talentos individuais desta jovem orquestra, que conta com músicos de vasta bagagem musical e jovens artístas.
Quem viu e ouviu o show, poderá ficar perplexo com o tempo de formação do grupo. O maestro Paulo, contou-nos que a mesma fora formada em março deste ano, teve sua estréia em junho e que realizou apenas três ensaios para a participação no panorama 2010. Conferindo-nos um espetáculo perfeito.
O fato de havermos nos apaixonado pela orquestra, e aqui dou-me o direito de representar o público presente, que sem dúvida alguma ficou, assim como eu de queixo caído. Não é de abestalhado, não, diria o manézinho, foi uma sonzeira de lasca! Visse?
Ao sair do Teatro, a maior vontade, o grande desejo que me vinha a cabeça e ao coração, é de que este trabalho possa ser ouvido e apreciado por todo nosso Estado e além destas fronteiras. Qualidade, dedicação, altruísmo, sensibilidade, amizade...Estes são escassos adjetivos para qualificar o grupo. Então dou fim pelo começo, obrigado amigos, o show foi contagiante e estimulador.
A cousa tá ficando boa por demais!!!
ah, agora só pra provocar: - o encontro no hotel até o dia despontar, foi lindo!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

mirante - panorama sesc de música 2010



Mirante...

Mirar...Ante os dois, sublime momento.

Ao ouvir Carol Pereyr e Márcio Pazin somos tomados pela sensação de paz, um estado mântrico, romântico. Suas vozes parecem uma só, confundem-se e nos acalmam. Tenho a impressão de recordar velhas cantigas, mas como? Tudo é novo em Pazim e Pereyr, talvez a explicação esteja na saudade de ouvir canções, onde a voz humana é privilegiada, onde a poesia é tocante, onde a simplicidade nos inunda, abarca e abraça.
Enquanto descobrimos suas almas reveladas de forma latente, descobrimos um pouquinho mais de nós mesmos e nossa relação com o mundo. Só uma condição explícita: a desconstrução e remodelagem do ser, onde metades e metáforas nos provocam e acendem.
Serão símbolos de paz e amor, de almas plenas, gêmeas, calmas ao encontro da vida, na busca incondicional da felicidade, bom encontrar-lhes em algum lugar, neste lugar, hoje em Jaraguá do Sul.
obrigado pelo belíssimo show e cd!
marcoliva

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FITO


FITO o objeto.
Programação de primeira. Emocionante, cada ator nos sensibilizando, objetivamente com seu melhor e cercados de tanto bem fazer, nós, simplesmente deliramos. Com tudo, até mesmo com os iguais: com o público.
Parabéns a classe artística que prestigiou intensamente o Festival.
Para mim, não resta dúvidas que o ponto alto do Festival, não relegando os outros tantos atores a um segundo plano, foi o show de Tom Zé, que trouxe além de vários objetos à cena, como o esmerilo e o martelo... A palavra viva, profética, onomatopéica, palavra intrigante, contagiante, palavra contemporânea, palavra aguda, caindo de madura jogada aos quatro ventos, em plena Praça da Cidadania da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Crítico, despojado, logo na passagem de som, veio bater um papo íntimo com a rapaziada - o show começou antes da hora marcada e sem qualquer mantra, exercício de respiração ou yoga, ele colocou a galera 'em perninhas de índio'. A avidez era recíproca entre o artista e o público, que não se decepcionou.
Ficamos tomados, extasiados, perdemos a noção temporal, fomos abduzidos ao universo Tom Zéniano. Flechados fomos, toda a juventude presente, foi algo que já tínhamos (os mais "velhos") saudade de ver, face o tempo de não irmos tão a fundo.
Do Gênese, dos primórdios da criação até os dias de hoje e o amanhã, Tom Zé canta, Tom Zé grita: - 12 anos, 14 anos... Manifesto contra a prostituição infantil no Brasil, e pede compaixão! Tom dilacera corações, mostra com dor a verdade, o espelho universal de nossa nação, e pede um basta! Ele observa, reclama, brinca, ele pula, ele voa...Faz a gente voar, sacudir, cantar, emocionar.
No dia seguinte, o reclame de que muita gente ficou do lado de fora, tá no ar nas páginas do facebook. Na mesma página, alguém responde, apazigua e garante: -" Estamos preparando o retorno dele. eh eh""
Tom Zé, te esperamos de braços e ouvidos abertos. E o coração? Quente! Circulação em alta, contagiados com sua verve social, musical e poética. Mereces todo o reconhecimento do Brasil e Exterior, todos aqueles, os quais já foram publicados e mereces ainda saber, que aqui - em Florianópolis, és muito amado!
marcoliva

"Todo o existente nasce sem razão, prolonga-se por fraqueza e morre por encontro imprevisto." Jean Paul Sartre

segunda-feira, 15 de novembro de 2010