quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FITO


FITO o objeto.
Programação de primeira. Emocionante, cada ator nos sensibilizando, objetivamente com seu melhor e cercados de tanto bem fazer, nós, simplesmente deliramos. Com tudo, até mesmo com os iguais: com o público.
Parabéns a classe artística que prestigiou intensamente o Festival.
Para mim, não resta dúvidas que o ponto alto do Festival, não relegando os outros tantos atores a um segundo plano, foi o show de Tom Zé, que trouxe além de vários objetos à cena, como o esmerilo e o martelo... A palavra viva, profética, onomatopéica, palavra intrigante, contagiante, palavra contemporânea, palavra aguda, caindo de madura jogada aos quatro ventos, em plena Praça da Cidadania da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Crítico, despojado, logo na passagem de som, veio bater um papo íntimo com a rapaziada - o show começou antes da hora marcada e sem qualquer mantra, exercício de respiração ou yoga, ele colocou a galera 'em perninhas de índio'. A avidez era recíproca entre o artista e o público, que não se decepcionou.
Ficamos tomados, extasiados, perdemos a noção temporal, fomos abduzidos ao universo Tom Zéniano. Flechados fomos, toda a juventude presente, foi algo que já tínhamos (os mais "velhos") saudade de ver, face o tempo de não irmos tão a fundo.
Do Gênese, dos primórdios da criação até os dias de hoje e o amanhã, Tom Zé canta, Tom Zé grita: - 12 anos, 14 anos... Manifesto contra a prostituição infantil no Brasil, e pede compaixão! Tom dilacera corações, mostra com dor a verdade, o espelho universal de nossa nação, e pede um basta! Ele observa, reclama, brinca, ele pula, ele voa...Faz a gente voar, sacudir, cantar, emocionar.
No dia seguinte, o reclame de que muita gente ficou do lado de fora, tá no ar nas páginas do facebook. Na mesma página, alguém responde, apazigua e garante: -" Estamos preparando o retorno dele. eh eh""
Tom Zé, te esperamos de braços e ouvidos abertos. E o coração? Quente! Circulação em alta, contagiados com sua verve social, musical e poética. Mereces todo o reconhecimento do Brasil e Exterior, todos aqueles, os quais já foram publicados e mereces ainda saber, que aqui - em Florianópolis, és muito amado!
marcoliva

"Todo o existente nasce sem razão, prolonga-se por fraqueza e morre por encontro imprevisto." Jean Paul Sartre

Um comentário:

duda hamilton disse...

Muito bom seu texto Marquinho, uma pena que perdi essa. besos
Duda Hamilton