sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

em bendita companhia

Em bendita companhia, foi assim que pudemos passar alguns dos últimos dias deste ano. Poderíamos dizer que “fechamos” o ano com chave de ouro.
Na quinta feira, recebemos Tato Fischer (São Paulo), no Carijó Espaço de Arte. Foi um show muito especial para todos nós, primeiro pelo fato de receber este artista de alma nobre, coração que sai pela garganta... fez a gente cantar, dançar, emocionar, e que voz! Abrindo o show Marcello Dornelles, uma ótima oportunidade de visibilidade, propiciado pelo encontro entre artistas locais e artistas convidados. Ah, Inauguramos som e luz do Carijó, mais uma ação do PONTO DE CULTURA. Na certa, vamos repetir o formato com outros artistas! Valeu a participação dos sempre parceiros e amigos do EJA – Escola de Jovens e Adultos e também aos participantes das oficinas do Carijó, que lotaram o espaço.
Para completar, na sexta-feira, show meu e de Tatiana Cobbett no Café Cultura Coisas de Maria João. Simplesmente uma noite de luz – é tempo de natal! Eh eh...
Na primeira entrada, uma mostra de canções, revelando diversas épocas, diferentes ritmos e intenções. Foi um show muito descontraído, o sentimos assim, estávamos rodeados por amigos, tantos, que registramos a maior bilheteria da casa.
Mas a noite foi marcada pelo encontro, pelo encontro no palco de artistas que vieram prestigiar e foram convidados para a festa, para cantar e tocar no mais perfeito estilo bendita companhia. A primeira a quebrar tudo, ainda durante o show foi a cantora Lilian, que cantou Aspirina com toda a personalidade, nota 10. Ela pegou a música pra ela, agora...é dela. Adorei!
Os próximos convidados foram os jovens e talentosos musicistas da Orquestra do Conservatório de Música de Itajaí. A garotada veio com tudo, tava tudo no carro: Rafael Meksenas buscou sua guitarra, afiada, desafiante, pulsante. Pedro – o violão canhoto, particularmente adoro instrumentista canhoto, tenho lá no fundinho uma ‘boa’ inveja, se é que isso existe, mas os caras, os canhotos, tem um swing de fato, invejável, Pedro, não é exceção. Na flauta transversal Laari Galvão, minha gente, falando em swing, ta aí outra grande jovem instrumentista, Larissa voa com sua transversa, e faz a gente voar: é de uma sutileza impressionante, mas não guarda apenas esta característica, a moça quebra tudo ritmicamente e dá um banho de beleza. É linda e toca lindo demais! Outra que é só beleza é Carol, percussionista de mão firme, sensível dinâmica e beat firme. A moça garante o ritmo e imprime sua marca. Cantamos Iraque a pedido do Rafael, depois aquela, a mesma que fizemos no Panorama Sesc, aquelas do saguão, das noites de criação, de composição e festa em Jaraguá do Sul. Delícia! Mas não parou por aí, Tato Fischer cantou Garganta com a participação total da platéia, ainda com os jovens músicos da orquestra pudemos ouvir outro jovem artista: Hermano Buss, que cantou com a rapaziada, uma que haviam feito à tarde. Te mete! Formidável!
A noite foi pequena, uma criança.
Convidado à cena Rodrigo Piva, não resisti, chamei a Carol e engatamos na percussão, ele cantou sambas lindos cheios de inspiração. Ele que lançou o CD Na Garganta do Artista, na quarta-feira, (não pude prestigiar em função do cineclube). De qualquer forma ele me deu o Cd na sexta, te devo um amigo. Pudemos ouvir aqui no sítio em Anitápolis, está um primor! Parabéns amigo, esse está no meu playlist.
Em seguida, pudemos ouvir a Darlan, outro jovem músico cantor e compositor, que mostrou canções lindas de sua lavra, uma surpresa mais do que agradável. Temos uma amiga em comum, a professora Nádia, que tratou de fazer o link. Valeu!!!
Pra fechar? Conexão Estabelecida, com Marcelo Silva, aê Mudêra! Mandou ver com aquele vozerão, letras contemporâneas e muita atitude. Música brasileira com rock na veia.
Diz que Deus, diz que dá!
Aí , valeu Deus! Essa deu! Foi demais!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Onde é solidão?


O Programa Solidões Urbanas apresentado no Cineclube Carijó (Canasvieiras, Florianópolis SC) nesta quarta-feira, mostrou de diferentes formas a solidão de quem vive na cidade grande. Contamos com 10 presenças, pouco, por outro lado os presentes tiveram a grata satisfação de conhecer Carlos (perdoem-em esqueci o sobrenome - que falha! Prometo inserir), escritor argentino, organizador de uma obra apreciável. Seu trabalho é muito interessante, compartilhamos a leitura da contracapa e alguns trechos do livro. Trata-se de um livro sobre a Linguagem Argentina: frases, palavras típicas, aforismos, ditos e seus jargões, 'lunfardos', mas não cai no mesmismo, vai além, apresenta o ponto de vista de reconhecidos autores argentinos, uma espécie de dicionário, de Zabato à Borges, menciono estes porque são os que conheço, comentei a ótima oportunidade de aprender mais sobre a Literatura Argentina. Ele prometeu voltar e deixar-nos um livro, queremos mais – um bate papo com ele, quem sabe o lançamento da obra no Carijó Espaço de Arte. Achei o cara genial, seu trabalho de pesquisa é de mais de 10 anos e apresenta a alma argentina desnudada. Te esperamos amigo! 'El mate ya esta listo'!
Antes disso, li um texto do livro de David Lodge, o aclamado romancista e acadêmico britânico, ( não que o livro de Carlos tenha algo de acadêmico, como aponta o comentário na contracapa e o depoimento do próprio autor). O texto comentado por Lodge é de Martin Amis, do livro Grana. Uma história engraçada sobre a relação sexual, ou melhor, a não relação sexual de um casal, onde o ponto de apoio para a ficção é o dinheiro.
Passamos a exibição, o primeiro filme que conta a morte de uma senhora solitária em pleno programa de Televisão, destes do tipo: Alô quem está na linha? - “Quando é que a mulher tira a roupa mais depressa?” O prêmio pela resposta à charada pode ser um colchão de espuma – ou muita confusão...Hilário! Ela morre, feliz, em pleno programa. Dos demais filmes o que também impressionou foi o doc. Sobre os blogueiros no Pará! Quero conhecer essa galera! Filme altamente instrutivo, pois apresenta diferentes abordagens, diferentes realidades de blogueiros, no Pará. De lição: - blog é uma forma de expressão cotidiana, livre, sem parâmetros, sem exigências, é o seu eu – o indivíduo em sua essência. Super legal! Estimulante para quem gosta ou começa a tomar gosto por blogs, como eu. eh eh...
Nesta sessão, também contamos com a agradável visita de Abel Silva, produtor cultural com vasta experiência no Estado e Valezka Bittencourt, produtora de cinema. Ainda contamos com a presença de Roberto Richard, Marcos Vinícius, Stella Machado, Beatriz, Suely Cunha, Maurílio e eu, Marcoliva.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Panorama Sesc de Música Catarinense 2010


Participar do Panorama SESC de Música Catarinense 2010, foi muito gratificante, sobretudo pela integração dos grupos. Os espetáculos de altíssimo nível, os quais já foram mencionados neste blog, dificilmente se apagarão de nossa memória.
A ideia de voltar e escrever uma síntese é também um exercício, um pretexto a fim de aniquilar a saudade que insiste residir em nossas almas. Como não escrever com o coração de poeta? Como apagar todos os momentos de êxtase, de alegria, de magia sonora, de amizade e de admiração mútua?
O Panorama Sesc de Música consegue, por fim, seu objetivo: reunir alguns dos melhores grupos e artistas do Estado e estabelecer a troca entre eles. Deste encontro, além das parcerias resultantes em músicas tocantes, vibrantes e nelas toda a força potencializadora de Alegre Corrêa, pudemos obter outros resultados a partir do diálogo estabelecido nas tardes de oficina. A criação da página de discussão e criação coletiva: www.panorama2010.wikispaces.com , dá início ao processo que pretende reforçar a cena musical catarinense e estimular o fortalecimento do circuito, palco para os artistas catarinenses. Sem dúvida, uma semana é quase nada, tamanha a abrangência e complexidade das temáticas levantadas, mas continuamos conectados, ligados, atuantes em nossas cidades, como partes de um mosaico, o qual busca ainda outras peças para a apresentação final.
Cabe aqui agradecer ao Sesc, o empenho especial do Pablo, técnico de cultura de Jaraguá do Sul e corroborar com este projeto, para que ele perpetue-se por muitos e muitos anos.
Participar deste processo trouxe-nos impressões e constatações que poderão colaborar com as próximas edições. Peço-lhes uma interpretação de quem vê com bons olhos, pois escrevo sem qualquer resquício de hostilidade. O que nós artistas presenciamos nestes dias, foi além de nossas expectativas, e isto refiro-me ao todo como organização e sobre a qualidade dos grupos participantes. Saímos sem frustrações, mas com alguns pontos a serem considerados. Durante a semana, tentei acompanhar algumas notícias sobre o panorama e encontrei nos jornais apenas pequenas notas, por favor, corrijam-me se estou enganado, creio que deve haver tido alguma matéria sobre o evento. Mas nossa sugestão vai por outro caminho: - precisamos de uma comunicação mais efetiva. Os espetáculos realizados, mereciam, diariamente uma matéria jornalística, sem exagerar, de página inteira. Nos jornais de Jaraguá, um esvaziamento de informações culturais, estas perdidas em páginas da coluna social, lastimável. Quando abrimos o jornal e há falta de conteúdo, sendo que presenciamos tanta qualidade plausível, é de causar certa indignação. Esta nos coloca em xeque, o que fazer? Qual será a melhor jogada? Que alternativas? Quais estratégias? Algumas ideias surgiram e uma brilhante, a qual, acreditamos factível, sem que tenhamos custos exorbitantes para sua produção e publicação. Soubemos que há algumas semanas atrás realizou-se em Jaraguá do Sul, o encontro de Literatura, diga-se, um dos melhores do Estado. A ideia é convidar estes literatos para que dêem sua impressão sobre os espetáculos apresentados. Um artista legitima o outro. De fato só a união, a relação entre as diferentes linguagens poderá catapultar este movimento e gerar a força que necessitamos. Digo-lhes, sem dúvida alguma, que todos os dias poderíamos contar com uma matéria, assinada por um escritor, por um jornalista ou por outro artista convidado. Chegamos a conclusão óbvia: precisamos legitimação. Olha que lindo, a Orquestra do Conservatório de Música Popular de Itajaí, volta pra casa, com o coração repleto de felicidade e o melhor, uma crítica sobre o trabalho realizado. Caso contrário, voltamos para casa cheios de energia, mas quiçá, sem o estímulo necessário e fundamental para continuidade dos trabalhos, os quais, de maneira geral, são conduzidos pela força da paixão, pelo altruísmo próprio de todo artista.
De arte, de amizade e de vontade o mundo está cheio! Esta tenho certeza que o leitor vai redarguir, esclareço, falo deste 'pequeno' mundo, o qual sonhamos e realizamos todos os dias. Nossa sorte? Encontrar os iguais, os irmãos...Encontrar o sentimento solidário que envolve a arte e encontra por fim, nós, meros seres humanos.
Cumprimentos ao Sesc!
Obrigado a todos os amigos!
Valeu demais! Saudade!
Grande beijo!

marcoliva

domingo, 28 de novembro de 2010

Alegre Correa e convidados - Panorama Sesc SC 2010



















O show de encerramento do Panorama Sesc de Música de Santa Catarina 2010, foi estupendo!
Após uma semanada de muito som, digo, muito em todos os sentidos, na diversidade musical apresentada, bem como na qualidade constatada nos espetáculos.
Para o encerramento do festival nada melhor do que Alegre Correa, ele que ministrou oficina de música durante a semana e dialogou com os músicos e grupos convidados. Diálogo musical, onde os grupos puderam partilhar momentos de criação e execução instrumental, bem como o diálogo acerca de produção musical, postura artística, estratégias para o mercado de trabalho, o futuro do produto cultural (CD/DVD) e o papel das novas mídias no cenário musical na perspectiva do músico como agente de produção individual e coletiva.
Quem esteve no Teatro do Sesc, não se arrependeu. Após uma semana onde a presença do público foi inconstante, quesito que ficou aquém das espectativas no ponto de vista de artistas, produtores e até mesmo na opiniào do público presente. O Panorama reúne trabalhos de alta relevância cultural e musical do Estado como um todo. E reclama maior visibilidade. A classe pede crítica!
Alegre Correa e Guinha Ramires dão um banho de musicalidade, desde as composições até os momentos de improvisação e emoção. O ponto alto de Alegre é sua sensibilidade musical trazida ao palco à flor da pele, sua energia é contagiante, vibrante, de fato, ficamos todos tomados por sua atmosfera musical. Na parceria, Guinha Ramires, apresentado como grande amigo e mestre de estrada, vida e música. Como ele diz, ensaiam muito, constantemente acompanhados de um bom carreteiro. Guinha Ramires esbanja swing, com uma rítmica genial. Perguntado como é possível tocar assim, de uma forma tão peculiar, até mesmo única, ele confessa: - “toquei muito contrabaixo e bateria, isso por muito tempo, depois passei tudo pro violão”. Uma parceria de cerca de 30 anos, diga-se, perfeita.
Alegre surpreende a cada instante, fez, ele e Guinha uma música, ali, na hora, especialmente para Jaraguá do Sul, o publico ficou perplexo, emocionado e óbviamente lisonjeado. É, digo de maneira certeira, uma Ode a Jaraguá do Sul.
Outro convidado super especial foi Mazin Silva, que com sua guitarra eletrizou, mais uma vez o palco do Panorama 2010.
A noite foi muito especial e não termina por aí, pudemos ainda ouvir Marcio Pazin e Carol Pereyr, eu e Tatina que também fomos convidados e de quebra logo convidamos outros dois músicos da cidade, Flávio e Boca. E o desfecho final com a presença no palco de músicos dos grupos, num tema composto e arranjado coletivamente durante a semana.
Fantástico, emocionante, foi de arrepiar o corpo inteiro!

Obrigado Alegre Corrêa, Guinha Ramires, Tatiana Cobbett, Paulo Bekas, Rafael, Pedro, Marcio Pazin, Carol Pereyr, Jane, Pablo, Betina, de novo Flávio e Boca, Mazin Silva e a todos os amigos que estiveram presentes.

SALVAS!!!!

sábado, 27 de novembro de 2010

Mazin Silva e Felipe Coelho

Quisera eu desfrutar de um tempo maior para escrever sobre os dois artistas que se apresentaram na noite de ontem no Panorama Sesc de Música 2010, em Jaraguá do Sul. O primeiro da noite, Mazin Silva numa formação Power Trio, baixo, bateria e guitarra e em seguida Felipe Coelho com o quarteto de cordas Cata Vento.





















O trabalho de Mazin Silva é de um vigor próprio de grandes guitarristas, com uma técnica apuradíssima, Mazin passeia pela divesidade rítmica e instrumental internacional. Navegando entre o samba, bossa, o rock e o regional, sempre aliado a características jazzistas, o Power Trio, formado por ele e os amigos Oscar da Silva no Baixo, sim Baixo com letra maiúscula – o que mais me impressionou em Oscar foi sua sensibilidade, o cara entra a fundo no som, viaja e faz a gente viajar, adorei, especialmente o improviso da primeira música – desconsertante. O outro amigo e parceiro é JP na bateria, uma pegada forte e uma sincronia perfeita com o baixo e a guitarra. Aqui também vale ressaltar outras qualidades inerentes a Mazin Silva: simplicidade, simpatia, levesa, sinceridade – adjetivos típicos de grandes artistas. Parabéns Mazin querido, seu trabalho nos impressionou e emocionou. Obrigado pelo show perfeito! O DVD Lar dos Sonhos está belíssimo, com direito todos os superlativos...eh eh Você faz "o barco virar"! valeu grande!















O segundo show da noite, Cata Vento com Felipe Coelho ao violão, acompanhado pelo quarteto de cordas homônimo ao nome do CD.
Felipe Coelho é um grande talento violonístico, músico com formação no exterior, que, de volta a sua terra natal, parte em busca do devido reconhecimento. Seu trabalho traz uma característica de música de câmera, com arranjos muito bem elaborados por ele mesmo. A formação com o quarteto de cordas formado pelos músicos Elias Vicente e Ricardo Muller, ambos ao violino, Marcos Origuella na viola e Frederico Malverde ao violoncelo perfaz uma orquestração perfeita ao trabalho proposto. A busca insistente de Felipe por novas linguagens musicais, aliando a música erudita ao jazz, ao choro e ao flamenco, o violonista apresenta ao público um rico mosaico de sons e influências. Sua criatividade garante a sua música o sentido e inovação, guarda um sabor contemporâneo extremamente requintado. Ouso dizer, permita-me o leitor, mas agora estou assim, profetizando o que me salta aos olhos, Felipe Coelho é, sem sombra de dúvidas um dos maiores violonistas que despontam na atualidade, com um trabalho coeso e bem direcionado, Felipe , fatalmente, obterá o reconhecimento nacional e internacional. É justo.
Parabéns Felipe Coelho e quarteto, a noite foi, de fato, um espetáculo!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Arnou de Melo e Arreio sem Freio - "the show must go on"

Redigir uma impressão sobre cada grupo que se apresenta no Panorama Sesc de Música SC 2010, não é tarefa fácil. Talvez porque tenhamos que discorrer sobre um mesmo assunto e falando de arte, de música - frente a tanta oferta, corro o risco de ser redundante. Não obstante, sigo este meu exercício de forma persistente e prazerosa.

Na noite de ontem, pudemos assistir dois belos espetáculos: Arnou de Melo seguido pelo grupo Arreio sem Freio.
O que mais me impressionou no primeiro show foi a ambiência da sala, o teatro ficou tomado num alinhamento de freqüências sonoras, a ponto de sermos transbordados a um estado de evasão total. O quarteto sobrou em cena, apresentando várias composições deste craque, Arnou. O ponto alto, indubitavelmente é o talento dos músicos que participam da banda. Rapagi! Imaginando como puderam brotar frutos tão viçosos, dou volta no tempo e encontro resposta: o Festival de Música de Itajaí, comprova sua eficácia, pois possibilitou a troca de experiências, de conhecimento entre renomados artistas e ávidos aprendizes, o legado resulta numa nova safra musical surpreendente.
Parabéns Arnou Melo,(contra baixo) Gói (bateria), Tatu (teclados) e Evandro (metais). (Desculpem-me mencionar apenas os apelidos, mas prometo fazer o tema de casa e adicionar os nomes completos.) Amigos, o trabalho está magnífico, apresentando temas da maior sensibilidade e beleza, com improvissos inspiradíssimos, levantando palmas e ovações da platéia, com uma dinâmica impecável. Tacada de mestre! Dá-le Arnou de Melo, tal qual o aforismo, tu és como o vinho. E que sabor!


O segundo show da noite foi do Arreio sem Freio. Que apresentou, ouso profetizar, a nova música catarinense. A contemporaneidade do grupo apresenta a diversidade musical da América Latina como um todo, a começar por sua formação. Paulo Gekas e Andrey da Silva juntaram-se a los hermanos sul americanos Ernesto Quiroga e Eduardo Ferraro, todos residentes em Florianópolis, autores que trouxeram elementos da cultura Andina e Ketchua com flautas e Marimba. A sonoridade diferenciada, aliada a riqueza rítmica nos remetem aos experimentalismos juvenis. ouvir o Arreio sem Freio causa surpresa, ta aí: - os caras inventaram uma música nova. Do baião à Chacarera com elementos de inovação sonora, rítmica e melódica, num belo resultado estético.
Ao Arreio sem Freio, Salvas e que sigam desenfreados pelos palcos do mundo.
"América Latina, latino America de sangue e suor”

E hoje tem mais...acabamos de sair da oficina do Alegre Correa, estava maravilhosa, o resultado uma canção lindíssima, já está gravada. Eh eh
Ah, ontem, de novo a madrugada rendeu canções e poesias até o dia despontar.
É o Panorama.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Orquestra do Conservatório de Música Popular de Itajaí


Mas a cousa tá ficando boa por demais!
O Show da Orquestra do Conservatório de Música Popular de Itajaí, ontem no Panorama Sesc Jaraguá 2010, foi de estremecer. Com balanço e naipes dignos de grandes orquestras e um repertório que mescla músicas do grupo e outras pérolas da música popular brasileira.
A vibração transcendeu os quatro cantos do palco, que diga-se, quase que ficou pequeno. Não me detive a contar quantos elementos, não deu tempo de fazer contas, por outro lado, sobrou tempo de prazer aos ouvintes presentes, momentos belíssimos! O destaque vai para os tantos talentos individuais desta jovem orquestra, que conta com músicos de vasta bagagem musical e jovens artístas.
Quem viu e ouviu o show, poderá ficar perplexo com o tempo de formação do grupo. O maestro Paulo, contou-nos que a mesma fora formada em março deste ano, teve sua estréia em junho e que realizou apenas três ensaios para a participação no panorama 2010. Conferindo-nos um espetáculo perfeito.
O fato de havermos nos apaixonado pela orquestra, e aqui dou-me o direito de representar o público presente, que sem dúvida alguma ficou, assim como eu de queixo caído. Não é de abestalhado, não, diria o manézinho, foi uma sonzeira de lasca! Visse?
Ao sair do Teatro, a maior vontade, o grande desejo que me vinha a cabeça e ao coração, é de que este trabalho possa ser ouvido e apreciado por todo nosso Estado e além destas fronteiras. Qualidade, dedicação, altruísmo, sensibilidade, amizade...Estes são escassos adjetivos para qualificar o grupo. Então dou fim pelo começo, obrigado amigos, o show foi contagiante e estimulador.
A cousa tá ficando boa por demais!!!
ah, agora só pra provocar: - o encontro no hotel até o dia despontar, foi lindo!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

mirante - panorama sesc de música 2010



Mirante...

Mirar...Ante os dois, sublime momento.

Ao ouvir Carol Pereyr e Márcio Pazin somos tomados pela sensação de paz, um estado mântrico, romântico. Suas vozes parecem uma só, confundem-se e nos acalmam. Tenho a impressão de recordar velhas cantigas, mas como? Tudo é novo em Pazim e Pereyr, talvez a explicação esteja na saudade de ouvir canções, onde a voz humana é privilegiada, onde a poesia é tocante, onde a simplicidade nos inunda, abarca e abraça.
Enquanto descobrimos suas almas reveladas de forma latente, descobrimos um pouquinho mais de nós mesmos e nossa relação com o mundo. Só uma condição explícita: a desconstrução e remodelagem do ser, onde metades e metáforas nos provocam e acendem.
Serão símbolos de paz e amor, de almas plenas, gêmeas, calmas ao encontro da vida, na busca incondicional da felicidade, bom encontrar-lhes em algum lugar, neste lugar, hoje em Jaraguá do Sul.
obrigado pelo belíssimo show e cd!
marcoliva

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FITO


FITO o objeto.
Programação de primeira. Emocionante, cada ator nos sensibilizando, objetivamente com seu melhor e cercados de tanto bem fazer, nós, simplesmente deliramos. Com tudo, até mesmo com os iguais: com o público.
Parabéns a classe artística que prestigiou intensamente o Festival.
Para mim, não resta dúvidas que o ponto alto do Festival, não relegando os outros tantos atores a um segundo plano, foi o show de Tom Zé, que trouxe além de vários objetos à cena, como o esmerilo e o martelo... A palavra viva, profética, onomatopéica, palavra intrigante, contagiante, palavra contemporânea, palavra aguda, caindo de madura jogada aos quatro ventos, em plena Praça da Cidadania da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Crítico, despojado, logo na passagem de som, veio bater um papo íntimo com a rapaziada - o show começou antes da hora marcada e sem qualquer mantra, exercício de respiração ou yoga, ele colocou a galera 'em perninhas de índio'. A avidez era recíproca entre o artista e o público, que não se decepcionou.
Ficamos tomados, extasiados, perdemos a noção temporal, fomos abduzidos ao universo Tom Zéniano. Flechados fomos, toda a juventude presente, foi algo que já tínhamos (os mais "velhos") saudade de ver, face o tempo de não irmos tão a fundo.
Do Gênese, dos primórdios da criação até os dias de hoje e o amanhã, Tom Zé canta, Tom Zé grita: - 12 anos, 14 anos... Manifesto contra a prostituição infantil no Brasil, e pede compaixão! Tom dilacera corações, mostra com dor a verdade, o espelho universal de nossa nação, e pede um basta! Ele observa, reclama, brinca, ele pula, ele voa...Faz a gente voar, sacudir, cantar, emocionar.
No dia seguinte, o reclame de que muita gente ficou do lado de fora, tá no ar nas páginas do facebook. Na mesma página, alguém responde, apazigua e garante: -" Estamos preparando o retorno dele. eh eh""
Tom Zé, te esperamos de braços e ouvidos abertos. E o coração? Quente! Circulação em alta, contagiados com sua verve social, musical e poética. Mereces todo o reconhecimento do Brasil e Exterior, todos aqueles, os quais já foram publicados e mereces ainda saber, que aqui - em Florianópolis, és muito amado!
marcoliva

"Todo o existente nasce sem razão, prolonga-se por fraqueza e morre por encontro imprevisto." Jean Paul Sartre

segunda-feira, 15 de novembro de 2010